sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O amor e o meu tempo (por Isak de Castro)

Da vida real aos quadrinhos da Turma da Monica, o amor nos rodea e laça-nos com força, quando nos prende é difícil de soltar e tudo que podemos fazer é amar e amar, alguém cantou isso. Em nossas vidas – el amor está por encima de todo – ou pelo menos deveria ser dessa forma,  mas como procede pensar o que é o amor, mesmo que seja sabido que nos dias de hoje o capitalismo  tenha o transformado em uma mercadoria barata, daquelas da vitrine e do filme comercial que faz a propaganda do shopping; como diria Nelson Rodrigues: “o dinheiro compra até o amor verdadeiro”.
Gostei dessa definição do amor dada pelo dicionário Houaiss: “comunhão íntima, coesão com o universo, com ou sem conotação religiosaesse é o amor que eu acredito e que sinto, deveria ser assim também o amor da companheira de Calabar, Bárbara, que disse no teatro: “(...) para Calabar morrer é preciso que também me matem. Porque eu o amo. Para Calabar morrer, é preciso que também me esquartejem. Porque eu o amo demais...” (CALARBAR, O ELOGIO DA TRAIÇÃO). Esse é o tipo de declaração que o tempo não estraga e me faz dar rosas nos dias de hoje, onde isso também perdeu seu valor.
Vinicius de Moraes, “de todo meu amor serei atento / antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / que mesmo em face de maior encanto/ dele se encante mais meu pensamento...”; ou GHIRALDELLI, citando NOZICK: “o amor como relação cria algo além do eu e do tu, cria o ‘nós’”; criam uma comum unidade no pensamento do amor onde o  eu e o tu viram um só.
Mas para mim, Bárbara  em suas palavras já citadas definem o que sinto: o amor está acima do céu e da terra, da vida e da morte. Sem meu amor sou um trem desgovernado. Contos e poesias, e mesmo o mundo transviado de hoje em dia não me mata esse romantismo desenfreado que acho - eu - que morrerá na corrida pelo capital. 

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