Não muda o tempo, não muda a música da rádio clube, não chega nenhuma nova
mensagem, stop, o tempo parou ou foi automóvel*. É que me
sinto no meu próprio filme da "Nouvelle Vague",
as vezes ou quase sempre meu mundo está em preto e branco, e isso não é ruim,
mas o tempo cuida de deixa-lo ainda mais pequeno e angustiante, com uma grande perspectiva de um final triste. Uma morte a tiro, um amor que se finda, que se acaba, que se vai. Um amor que não vai, que não se finda, que não acaba. Um sentimento que te leva pra outro estante, um estante antes, um dia depois. Não sei por qual motivo escrevo, só sei que escrevo, pra não se afogar, mas é tudo um questão de ver, de se olhar. Pois nada ainda findou, assim será um filme meu, meu oito milimétricos P&B, real e triste.
ISAK DE CASTRO
20 de julho de 2013
*Drummond